Quando você organizou a última dinâmica de UX na sua empresa, tenho certeza que assim como eu também tirou fotos, divulgou internamente na empresa (cultura de UX) ou até nas redes sociais. É importante sim fazer isso como estratégia de personal branding (marca pessoal), ao mesmo tempo que mostramos para outras empresas e clientes que fazemos o que o mercado espera que façamos. O ponto principal aqui é que marca pessoal não deveria ser o principal motivo para isso.

Resolver problemas

Uma vez que estamos sendo pagos para resolver problemas, deveríamos focar nisso: resolver problemas. Seja com gamestormings, entrevistas, pesquisas, interfaces, planilhas, conversas ou qualquer outra coisa.

Gincana é uma competição focada normalmente em times passando por obstáculos, e quando colocamos um time numa “dinâmica” de UX para competir com outro, será que não acabamos despertando o estímulo errado? Era para ser competição ou co-criação? E mesmo co-criação, qual o objetivo? Qual o foco? Qual o problema gigante que precisamos resolver que realmente precisa parar a empresa inteira para resolvermos juntos?

dinamica ux
Típica cena de uma gincana, time A vs time B

Gamestormings e dinâmicas por sua vez normalmente focam mais em resolver problemas com objetivos, ambiente e tempos bem definidos.

Fazendo um paralelo, é como se algumas dinâmicas mais parecessem uma brincadeira do que um jogo. Brincadeira é solta, é livre, é para divertir no sentido mais puro da palavra. Jogo tem regras, objetivo claro, ambiente de acordo com o propósito e tempos específicos para ações e tarefas específicas.

E qual o problema de fazer uma “dinâmica” como brincadeira?

Perda de foco e energia gasta de forma desnecessária.

Veja bem, se isso está gerando valor real para seu usuário e para sua empresa, vitória! Apenas certifique-se que está realmente valendo a pena parar 20 pessoas da sua empresa por 8h seguidas para decidir a cor do logo do produto novo de vocês.

Co-criação é uma maravilha, times multidisciplinares trazendo várias formas de se ver o mesmo problema é fantástico, apenas precisamos medir se o investimento de energia vale. Eu parar o CEO da Juquinha SA por 2h pode ser uma boa para algo mais sensível, algo mais estratégico. E definitivamente não é uma boa para ele decidir a tipografia que vou usar em um banner.

Ainda nesse tema sobre dinâmicas, a pessoa que está facilitando a dinâmica precisa ter uma certa sensibilidade se o plano está dando certo, e se sentir zero desconfortável em mudar algo que havia planejado. Manifesto Ágil fala disso, responder a mudanças mais que seguir um plano.

Tentemos fazer mais jogos do que brincadeiras?

Por fim, recomendo este papo descontraído sobre o assunto do DevsCansados sobre “UX de palco”.

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