Da mesma forma que há um tempo as pessoas migraram de fazer interfaces visuais no Photoshop para o Sketch, hoje muito se fala do Figma.

O Sketch já teve seu tempo para interfaces, a Bohemian (sua desenvolvedora) está correndo atrás de grandes players do mercado como Adobe e Invision, mas talvez veio um pouco tarde demais?

Se você não está convencido(a) ainda de trocar de ferramenta, esse post vai te abrir os olhos.

Ricky abrindo os olhos do Morty

1 – Liberdade do online

Quando eu dava aula presencial na Caelum e explicava o Figma para os alunos, sempre o comparava com o Google Docs.

Imagina não ter que lembrar de salvar o arquivo na sua pasta no Dropbox para continuar em outro computador. E além disso poder trabalhar com o seu time no mesmo projeto, no mesmo arquivo. Isso é a liberdade do online.

Diálogos como o abaixo não precisam mais existir:

A – “Ow colega, onde tá o arquivo do layout da home?”
B – “Dá uma olhada na pasta ‘design’ na intranet que deve estar lá!”
A – “Mas é o layout_home_finalv2 ou o layout_homev3?”

Isso por que o Figma funciona totalmente na nuvem, você só precisa do seu navegador e uma conta (que pode ser de graça) no serviço.

2 – Democraticamente de todo mundo

Me chateava bastante querer curtir o Sketch App Sources no meu Windows. Sim, Windows. Nem todo designer tem grana ou quer bancar um Mac. Já tive minhas fases de até fazer planos e contas, mas sempre travava no “ainda é muito dinheiro!”.

Na época eu ainda tinha meu Photoshop guerreiro que dava conta e me sustentou por muito tempo, imagino seria frustrante se eu fosse usuário de Linux, que a tia Adobe peca tanto com ele.

Com o Figma, você pode trabalhar de QUALQUER computador com internet e não vai precisar comprar um Mac. Isso tirou outra barreira que muitas pessoas no início da carreira tinham por conta do Sketch.

3 – Todo mundo trabalhando junto de verdade

Imagina organizar um projeto onde mais de uma pessoa precisa ter acesso a mesma biblioteca de componentes.

O normal seria compartilhar um “componentes.sketch” e deixá-lo público para todo mundo, mas e quando forem atualizar alguma coisa nesses componentes? Precisaria comunicar por e-mail que a atualização foi feita? Talvez dar um grito no setor? “GALERA ATUALIZAMOS O STYLEGUIDE, DÁ UM F5 AÍ”

No Figma, é possível diversas pessoas trabalharem ao mesmo tempo no mesmo projeto, exatamente como um Google Docs compartilhado. Isso dá mais transparência com o trabalho que nós fazemos tanto para outros times da empresa quanto para nós de design.

Alguns pontos:

  • Só vira bagunça se você trabalha com coleguinhas da 5ª série
  • Quando tem muita gente pode ficar caótico de tanto mouse pulando na tela, mas dá para desativar no Multiplayer Cursors (Ctrl + Alt + \ )
  • Para times que não trabalham no mesmo local isso se torna bem interessante
  • Rola fazer e responder comentários no projeto, bem bacana para sanar dúvidas entre os times

4 – Versionamento, prototipação e assets tudo no mesmo lugar

Apesar de nunca ter brincado com eles pra valer, um combo padrão que muita gente usa é o famoso “Sketch + Invision + Abstract”.

Hoje no Figma você consegue fazer protótipos sem precisar exportar suas artboards para outro canto (até mais, Marvel!) e não precisa se preocupar muito se precisar voltar para uma versão anterior do seu projeto.

Versionamento do Figma mostrando alguns autosaves na coluna da direita.

Na conta free dura 30 dias, nunca precisei de mais de uma semana

Outra coisa que tem lá sua relevância é o fato dos assets poderem ficar no próprio projeto para o pessoal de front-end pegar. Até tem integração com o Zeplin mas na prática seu uso se torna dispensável.

5 – Economia para times pequenos e freelancers

Uso a versão free do Figma desde o lançamento lá em 2016 e poucas vezes senti falta de uma funcionalidade ou outra que só tem no planos pagos.

Um time de umas duas pessoas que serão editoras podem ficar com a versão free tranquilamente também. No Sketch já iria 200,00 USD aí, fora ter que investir em Macs para a galera.

“Pessoal de front-end ou stakeholders também precisam pagar?”

Não! Como são apenas viewers isso o Figma libera.

Concluindo: o que falta no Figma para você dar uma chance?

Exemplos? Temas? Sites de inspiração? Fóruns? Plugins bacanas? Figma tem tudo isso também. 🙂

Desde seu lançamento o Figma sempre mostrou um potencial enorme para ser a ferramenta definitiva de user interface.

O que falta hoje? Controle finos de microinterações no protótipo é um ponto que me incomoda, mas vou deixar aberto para você puxar outros aí nos comentários. Talvez isso dê outro post de razões para não usar o Figma?

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